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domingo, 19 de março de 2017

Nem Tudo Será Esquecido

Autor: Wendy Walker
Edição: 2017/ janeiro
Páginas: 280
ISBN: 978-972-23-5933-7
Editora: Editoral Presença

Sinopse:
Na pacata cidade de Fairview, no Conneticut, a vida parecia perfeita até à noite em que um acontecimento trágico chocou a comunidade. Jenny Kramer, uma adolescente com quinze anos, é brutalmente violada depois de sair de uma festa. Os médicos decidem administrar-lhe um fármaco usado nos casos de patologias de stresse pós-traumático, eliminando as memórias do incidente. Contudo, nos meses seguintes, Jenny é surpreendida com sensações que a fragilizam psicologicamente, levando-a a tentar o suicídio. O pai, Tom, está determinado a descobrir o culpado e fazer justiça. A mãe, Charlotte, age como se nada tivesse acontecido.

Os pais de Jenny procuram a ajuda do psiquiatra, Alan Forrester. Nisto, o seu casamento é posto à prova, revelando segredos e fragilidades, bem como a teia que une toda a comunidade. Afinal, todos têm algo que não desejam revelar e a busca pelo violador conduz a um thriller psicológico com um desfecho inesperado e perturbante.

A minha opinião:
Gosto quando um livro que eu não antecipei, me agarra e me prende á leitura como este. Um livro que eu afirmara não pretender ler. Apenas pela temática. Uma violação brutal de uma adolescente. Um crime numa pequena comunidade sem testemunhas. E sem provas. Um crime que acharam que poderiam apagar da vitima, esquecendo as emoções que ficam registadas, apesar da memória ter desaparecido. Mas... um trauma não pode ser curado com comprimidos. Implica tempo e esforço. A arte do terapeuta é fazer com que a vitima reviva os acontecimentos num ambiente emocional tranquilo para as acomodar com emoções mais benignas, o que lhe dá imenso poder. A mente que controla o corpo. 

Uma boa amiga e uma grande leitora entregou-me este livro convencida de que eu ia gostar de o ler e mais uma vez não errou. Gosto de thrillers psicológicos, mesmo que me façam tremer e parar por momentos de o ler. Não foi o caso. O narrador, absolutamente brilhante, não nos deixa interromper a leitura com a promessa de ir desvendando sem hesitação e controlada emoção, inclusive porque começou a tomar alguma medicação, tudo o que se passou com qualquer uma das personagens, destacando-se Jenny, Sean, Charlotte, Tom e Bob. E não falha. Todos se revelam, quase todos de viva voz, com as suas confissões. 

Escrita assertiva e clara, sem perder de vista os principais aspectos da investigação, ou os contornos dos envolvidos naquele drama. A psicologia do crime. Os segredos do passado que não se superam. Muito bom. Sequer consegui descobrir o violador, o que foi uma surpresa. 

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