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domingo, 20 de setembro de 2015

Teoria dos Limites

Autor: Maria Manuel Viana
Edição: 2014/ março
Páginas: 164
ISBN: 9789898580191
Editora: Teodolito

Sinopse:
A realidade é muito mais inverosímil do que a ficção, diz, a certa altura, uma das personagens deste romance. 
O aqui narrado parte da concepção fantasmática de um génio, uma espécie de mundo de ficção científica, com dois universos paralelos habitados por mónadas, essas substâncias simples, esses pontos metafísicos, essas individualizações infinitamente pequenas, como quartos sem portas nem janelas dentro de uma pirâmide cuja base tenderia ao infinito, onde bastaria uma ínfima coisa para passar de uma realidade para outra, e onde cada um de nós vê o seu duplo e pode escolher entre ser herói ou banal, amar ou resignar-se, sentir prazer ou raiva com a felicidade alheia, lutar pela liberdade ou jogar as regras do jogo, viver com dignidade ou ser passivo, aceitar a ignomínia ou revoltar-se, julgar o outro pondo-se no lugar dele, adoptar muitas perspectivas para perceber o todo, perguntar-se em que é que a ficção supera a realidade, se na beleza ou na construção não tão utópica quanto poderia parecer do melhor dos mundos possíveis.

A minha opinião:
Fazendo uso das palavras da autora, "trata-se de uma historia de algumas pessoas que constituíam uma família, que se amavam e se zangavam, que eram felizes e tristes, que riam e choravam, que se abraçavam no cemitério quando um deles partiu." O que partiu era o Escritor, uma figura central e anónima, para o qual todos convergiam pelo seu carisma, inteligência e talento, admirador de Leibniz e da sua teoria dos limites. As diferentes perspetivas de algumas destas personagens, como a Mariana (filha), Ana Sofia e Ana Lúcia (sobrinhas), João Caetano (irmão) e a mãe, mais duas personagens estranhas à família (Ana B. e Maria João), serve para provar que o todo não é a soma das partes. 

Afirmar que compreendi bem a teoria, temática do grandioso livro ficcional do Escritor, seria pretensioso e falso, considerando a minha limitada aptidão. O romance que se divide em três partes:  “O que não pode ser dito”, “O que talvez seja dito” e “O que irá ser dito”, e em que as personagens fazem a sua introspeção algo angustiante, por não ser isenta de dor, medo, culpa e solidão, não possibilita uma leitura fácil mas profunda e desafiante, que quase impõe releitura.

Escrita que não me atrevo a qualificar, merece uma leitura atenta pela dimensão do sentir, sempre muito pessoal, para quem ambiciona mais do género literário a que esta obra pertence.

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