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domingo, 12 de julho de 2015

A Última Dança de Charlot

Autor: Fabio Stassi
Edição: 2015/ abril
Páginas: 256
ISBN: 9789722529600
Editora: Bertrand Editora

Sinopse:
Tal como uma vidente previu, na noite de Natal dos seus 82 anos, a morte vai ao encontro de Charlie Chaplin para o levar consigo. Mas o seu filho mais novo, Christopher, ainda é muito pequeno e o ator quer vê-lo crescer mais um pouco. Faz então um pacto com a Morte: se conseguir fazê-la rir, viverá mais um ano. 
Na sua longa carta de despedida ao filho, enquanto espera por mais um Natal, Chaplin vai contando a surpreendente história da sua vida e das figuras improváveis com quem se cruzou.

Das suas origens humildes em Londres, passando pelo abandono do pai, a doença mental da mãe, o primeiro emprego no circo até à chegada à América. Ardina, tipógrafo, pugilista, realizador de cinema, cada passo contribui para o nascimento de Charlot.

A minha opinião:
"O desejo é o tema da vida.(...)
"Simplesmente, sem desejo nunca houve vida, para mim. Dir.me-ão que são os dramas do sexo que moldam a personalidade. (...) 
Porem, há algum tempo, amiúde dou por mim a pensar, que é sempre o desejo de alguém ou de alguma coisa que origina toda a estupidez, a vulgaridade, a crueldade e o infantilismo dos seres humanos. O desejo tornou-me muitas vezes ridículo, não apenas aos olhos do mundo, como também aos meus, tornou-me surdo, e idiota, expôs-me ao perigo. (...) A hipocrisia quer que não se fale disso, mas é a força mais poderosa que há e ninguém está a salvo dela, em qualquer idade."  (pag. 236/7)

Um pequeno livro sobre o extraordinário percurso e a incrível sorte de Charlie Chaplin, o vagabundo. A ultima dança de Charlot foi negociar com a Morte, conhecido de outros tempos, e assim inicia a narrativa com essa interacção trágico-cómica, que desencadeia uma longa carta ao filho Christopher, onde tudo revela sobre a sua longa vida.

Leitura pausada e ritmada mas eloquente  e enérgica,  que nos puxa para a introspecção e reflexão sobre um tempo em que o cinema começava e em que Charlie na sua roupa desalinhada começava uma longa viagem solitária dando a volta à América entre gente que vivia de expedientes, ou que não vivia de todo, no coração de uma humanidade alheada, excêntrica e miserável. Quão distantes estamos agora?  

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