Autor: A. S. A. Harrisom
Edição: 2014/ maio
Páginas: 272
Editora: Editorial Presença
ISBN: 9789722352765
Sinopse:
Jodi Brett e Todd Gilbert vivem juntos há 22 anos, num confortável apartamento em Chicago com vista para o lago. Os dias decorrem numa tranquilidade aparente, à medida que a sua relação se vai lentamente consumindo. Até ao dia em que Jodi fica a saber que Todd tem um relacionamento sério com a filha de um dos seus melhores amigos, Natasha Kovacs. Em estado de negação, Jodi não reage quando Todd lhe diz que vai casar com Natasha ou quando a avisa de que ela terá de abandonar o apartamento onde vivem. Mas este será, para Jodi, um ponto de viragem sem regresso possível.
A Mulher Silenciosa é um romance avassalador, misto de comédia de costumes e thriller psicológico, que nos revela o lado negro do casamento e até onde uma mulher é capaz de ir quando já nada mais tem a perder.
A minha opinião:
Há livros que nos perseguem. E não sossegamos enquanto não estão na nossa posse. Com este romance foi assim, uma obsessão disparatada que se revelou acertada logo nas primeiras páginas.
Duas personagens e dois narradores que alternadamente contam a sua versão dos factos. Ele (Todd), e Ela(Jodi), na primeira parte e na segunda apenas Ela, depois de ele já a não a poder contar.
Uma existência aprazível e luxuosa numa relação confortável que durava há vinte e dois anos, sem filhos, que se desmorona sem que nenhum deles o deseje. A leviandade dele com inúmeras traições inconsequentes, que ela procurava ignorar, neste homem de meia idade que procura ultrapassar uma depressão com uma relação mais séria com a filha do melhor amigo de infância e os catapulta para o abismo com uma gravidez.
A autora, já desaparecida, conseguiu capturar nesta narrativa muitas das vicissitudes de uma relação longa e assente em silêncios, em que as personagens têm um passado perturbador mal resolvido.
O que distingue este romance dos demais, é a proximidade com o real, ao dissecar o comportamento de um casal por detrás da fachada. Uma análise psicológica num crescendo de ansiedade para uma leitura participativa, com a empatia ou aversão do leitor. Ambas as personagens são censuráveis e ambos são perceptíveis. A tolerância e passividade de Jodi, para a fraqueza e cobardia de Todd na dinâmica do casal.
Bem conseguido primeiro romance, que inquieta e instiga a ler até ao desfecho, tal a intensidade da narrativa.
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