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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Arroz de Palma

Autor: Francisco Azevedo 
Edição: 2013, outubro
Páginas: 304
ISBN: 9789720044976
Editora: Porto Editora

Sinopse: 
Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.
A imigração portuguesa no Brasil, no séc. XX, retratada num romance sobre a saga de uma família em busca de um futuro melhor. Ao longo de cem anos acompanhamos as alegrias e tristezas, as discussões e as pazes, as separações e os que são felizes para sempre.

"Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema - principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida é azeitona verde no palito - sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares."

A minha opinião: 
Sublime! 
Este romance encheu-me realmente as medidas e não há realmente outra palavra para sintetizar o quanto gostei de o ler e o que pensei desta história. 

Uma leitura leve e divertida de um velho de 88 anos (dois infinitos na vertical) que vai recordando a vida da sua família, baseado inicialmente em relatos do pilar da família - a Tia Palma, e depois nas suas próprias memórias que preservam os afetos e a sabedoria de quem sabe como valorizar o que é importante. Uma leitura simples, enriquecedora e gratificante, pelo prazer de absorver e desfrutar de cada frase, assim como da incrível história que foi concebida com rara sensibilidade. Acho que nunca escrevi um comentário tão elogioso sobre um livro e, ainda assim, creio que não lhe faz justiça. Este romance é imperdível!

E pensar que estive a apreciá-lo nas livrarias, mas, por preconceito, não o escolhi. O preconceito por estar escrito em brasileiro (ou português do Brasil, será que é assim que se deve expor?). Mas lê-se naturalmente, porque nada me limitou o entendimento de qualquer expressão ou frase. E são memoráveis algumas delas.

Não vou adiantar nada sobre a história, porque não gosto de o fazer e sequer de o ler, mas a belíssima sinopse é elucidativa. Ao contrário de "Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.", este romance pode e deve ser repetido sempre e quando desejarmos. De qualquer modo, "Aproveite ao máximo. "

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