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domingo, 1 de setembro de 2013

Cinzas do Passado

Autor: Martin Suter
Edição: 2012
Páginas: 256
ISBN: 978-972-0-04377-1
Editora: Porto Editora

Sinopse:
A história comovente de um homem arrastado para o passado por uma doença que o despoja do presente.

Aos sessenta e cinco anos, Konrad Lang ainda vive às custas da abastada família Koch. Durante anos, foi um parasita tolerável, inicialmente enquanto companheiro de brincadeiras de Thomas Koch, o herdeiro da fortuna da família, mais tarde enquanto zelador da mansão de férias em Corfu, embora sempre sujeito aos caprichos da família. Certa noite, porém, Konrad pega acidentalmente fogo à mansão, reduzindo-a a cinzas. A princípio, atribui-se a causa desse incidente ao seu alcoolismo, mas os esquecimentos de Konrad sucedem-se.
São os primeiros sintomas de um mal misterioso, que trará consigo consequências perturbadoras. No entanto, à medida que a memória recente de Konrad se vai esvaindo, as recordações que muitos esperavam estar soterradas vão ressurgindo pouco a pouco... A doença de Alzheimer instala-se, ameaçando pôr a descoberto segredos guardados a sete chaves.

A minha opinião:
Este livro intrigou-me. E durante muito tempo aguardou a sua vez de ser lido. A capa e o título fascinaram-me, mas nada sabia sobre ele. Quando iniciei a leitura, tipo teste, fiquei agarrada pela escrita segura e convincente acerca de uma personagem solitária, Konrad Lang, que vivia à margem de uma família rica e poderosa sem razão aparente, sequer caridade ou dívida antiga. Um mistério que entrelaça toda a narrativa sem que descortinemos o porquê, mas que magistralmente o autor tece ao longo das páginas em que se percepciona uma doença silenciosa e devastadora como o Alzheimer, que estaria interligada com o vício da bebida de que Koni sofria. 

Thriller psicológico. Ao melhor nível. 
Doença que pouco a pouco se vai manifestando e revelando as graduações e a confusão do paciente que a tenta ocultar aos demais que o rodeiam, por "pequenos esquecimentos, distrações insignificantes, coisas que se perdem, nomes que se esquecem, dificuldade em escolher o menu dos restaurantes, perda do sentido de orientação, incapacidade de reconhecer pessoas que se conhece bem e de recordar os nomes dos objetos e sua utilidade. Tudo se esquece e apenas se recordam as coisas muito antigas." (pag. 211). E nesta última frase, temos o "busílis" de toda a trama - de todo este intenso thriller que o autor concebeu em torno de uma doença que revela o passado escondido na memória e que não poderia ressurgir sob pena de um crime o silenciar. 

Um livro admirável que não nos deixa indiferentes.  

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