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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Bordel Português

Autor: Nelson Quintino
Edição: 2013, maio

Páginas: 344
ISBN: 9789898633026
Editora: Divina Comédia

Sinopse:
Henrique H queria encontrar Deus.
Desempregado em nome coletivo, ex-forcado amador, batoteiro profissional especializado em perder e pagar depois, agente de cobranças difíceis, contrabandista de rebuçados de fruta e chupa-chupas, vendedor de tristezas alheias nas horas vagas, taxista de fim de semana sem carta de condução, Henrique pretendia abandonar de uma vez por todas as azáfamas da má vida.

Com um registo literário semelhante aos primeiros romances de António Lobo Antunes, Bordel Português é o retrato de uma Lisboa atual, mas castiça, com personagens tão coloridas como as de Crónica dos Bons Malandros, de Mário Zambujal.

A minha opinião:
PROVAVELMENTE O MELHOR ROMANCE DO ANO.
Este é o slogan deste livro que vejo diariamente numa livraria. Mas não foi por esse motivo que o escolhi ler. Contudo, mentalmente dou por mim  a concordar. É realmente um romance genial, que muito gozo me deu ler. Sem uma capa apelativa, um título peculiar mas enganador e uma sinopse muito sucinta, pouco há que chame a atenção do leitor menos experimentado.

Atual e simplicista, caricaturiza um grupo de personagens em que o protagonista é Henrique H. (Herculano), e de uma assentada só faz um retrato consciente e irónico dos portugueses e da sua visão do mundo e da vida. A sua particular forma de ser e de estar. O desenrascanço (tão português) que os leva a sobreviver com alguns subterfúgios, jogadas ou negociatas. E a defendê-lo até à exaustão.
Este romance permite-nos rir de nós mesmos e ainda refletir sobre assuntos sérios. A importância de um pénis pequeno não é um desses assuntos mas muito me ri.

Muito haveria a dizer sobre a criatividade do autor ao contar esta estória (em pequenos capítulos). Do que li sobre ele, é que é reservado e pouco falador e que a sua escrita fala por si, e também nesse aspeto, dou por mim, mentalmente, a concordar. E a ansiar que "abra a gaveta" para editar novos romances muito em breve.
Humor inteligente precisa-se. E talento é sempre bem vindo.

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