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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Correr

Autor: Jean Echenoz
Edição: 2011
Páginas: 128
ISBN: 9789896231484
Editora: Cavalo de Ferro

Sinopse:
Logo após a guerra, em 1946, nos campeonatos organizados pelas forças aliadas em Berlim, atrás do cartaz Checoslováquia, para grande chacota do público presente, vem apenas um único atleta, magro e escanzelado. Mas quando nos 5.000 metros aquele atleta não só se desembaraça em poucos minutos dos seus mais possantes adversários com uma volta de avanço, como agora começa a ultrapassá-los nova­mente, um a seguir ao outro e, enquanto estes abran­dam, ele volta a acelerar, cada vez mais. De boca aberta ou aos gritos o público do estádio já não aguenta mais. Mais do que duas voltas! Vocifera o locutor do estádio. Em pé, a exultar, estão oitenta mil espectadores. Aquilo não é normal, gritam, aquele tipo faz tudo o que não deveria fazer e ganha! O nome daquele rapaz magro e louro de sorriso aberto nunca mais ninguém o esquecerá: Emil Zatopek. Pou­cos anos e dois Jogos Olímpicos depois, Emil torna-se invencível. 

Num livro comovente e emocionante, Echenoz percorre quarenta anos de História recente dando-nos a conhecer a vida ex­cepcional de um dos grandes mitos do desporto, descrevendo de forma atractiva os seus maiores sucessos, mas também as difíceis relações com o poder comunista, a instrumentalização da sua carreira como veículo de propaganda, censura e con­trolo, e as perseguições politicas de que foi alvo e que ditaram o fim da sua carreira.

A minha opinião:
Emprestaram-me este livro porque de tantos e tão rasgados elogios quis lê-lo. Costumo brincar que certos livros são para eruditos e portanto não são para mim. Receava que este fosse um tanto ... fastidioso. Mas não há maior equivoco e este pequeno nas dimensões mas imenso no muito que nos faz sentir em tão concisas e simples palavras, deveria ser de leitura obrigatória. Um livro que nos abre os horizontes ... e a mente para o muito que esquecemos ou não queremos saber. 

Um ser humano excepcional. Capaz de grandes feitos. De se superar e de enfrentar adversidades absurdas, transcendentes, sempre com uma tranquilidade e sorriso que eram a sua imagem de marca.  Heróico e real.  

Uma narrativa emotiva num tempo que decorre desde a Segunda Guerra Mundial até depois da Primavera de Praga. O socialismo para um checo que foi propaganda de um regime e que depois ... é melhor ler e reflectir.

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