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domingo, 14 de abril de 2013

O mundo proibido de Daniel V.


Autor: Maria Luísa Castro
Edição: 2012, Novembro
Páginas: 308
ISBN: 9789898461483
Editora: Matéria-Prima

Sinopse:
Uma história apaixonante. Um teste aos limites do amor e do prazer. Se procura mais, este é o livro.
Verónica é uma jornalista recém-divorciada na casa dos 30 anos. Para trás deixa um casamento, uma promessa de felicidade que nunca foi concretizada e um marido que nunca foi um amante ou companheiro. Tudo muda quando a fragilizada Verónica conhece o enigmático e sensual Daniel Vasconcelos. Bonito e dono de um olhar penetrante, Daniel envolve-se com ela levando-a ao limite do prazer, a uma vertigem de sentimentos que se julgava incapaz de sentir. A vida de Verónica nunca mais será a mesma: prazer, desejo, sexo e luxúria passarão a fazer parte do seu dia-a-dia. Mas estes não serão os únicos sentimentos que experimentará ao lado de Daniel: a insegurança e a dor serão também uma constante, levando-a a questionar se valerá a pena tentar entrar num mundo tão intenso e proibido no qual chega a correr perigo de vida. Será Verónica capaz de mudar este homem para quem o prazer pessoal não tem limites, que se diz incapaz de amar mas que, ao mesmo tempo, não consegue estar longe de si? Serão eles capazes de viver uma história de amor com final feliz?

A minha opinião:
Sou curiosa por natureza e depois de uns quantos elogios a este romance, tinha de o ler. Não fiquei desapontada porque correspondeu às minhas expectativas e é um bom romance para se ler vorazmente e sem pudor. Nada de extraordinário mas interessante ao focar a complexidade das relações afectivas e o sexo como componente importante por algumas personagens que caracteriza razoavelmente.  

Uma forte atração sexual que desencadeou uma relação conturbada e perturbadora em duas pessoas com um passado difícil e mal resolvido. A bagagem que cada um carrega para cada nova relação. Nesta situação, as expectativas eram também distintas. Enquanto o inteligente e carismático Daniel desdenhava do amor como ilusão, mito, influencia cultural e social, a insegura Verónica acreditava nele como fundamento de uma relação verdadeira. O peso do desejo e do prazer sexual era comum a ambos e levou-os a extremos normalmente inalcançaveis. Contudo, este romance não se limita à relação dos dois e aborda circunstâncias como o tráfico humano através da Rafaela ou a bissexualidade e libertação de preconceitos da Juliana, assim como o convencionalismo Eveline, numa narrativa bem desenvolvida e com um fim diferente do esperado mas compreensível.
O único dado que me pareceu fantasioso é que uma figura pública como seria a Verónica que entrava diariamente pela casa dos expectadores de um qualquer canal de televisão não se sujeitava a situações de arrojo sexual com alguma visibilidade sem um risco tremendo de divulgação e destruição da sua carreira. 

"Uma das vantagens de ter sido casada é essa: já não encaro os homens como se fossem moldáveis ou perfeitos. Não são. São como as mulheres. Tal e qual. Existem diferenças óbvias que nem vale a pena assinalar. No entanto mesmo que nos deixemos ficar pelos clichés mais básicos e que fazem as páginas das revistas femininas num ciclo infernal que me leva à exaustão, a verdade é que todos, apenas por sermos humanos, precisamos de amor. O amor significa que podemos ser o eco de outra pessoa. Temos alguém que partilha connosco o bom e o mau, que está nas horas mais complicadas, que nos dá a mão e nos aquece os pés."
(pag. 227)

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