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segunda-feira, 25 de junho de 2012

O Gosto Proibido do Gengibre



Autor: Jamie Ford
Edição: 2011, Maio
Páginas: 320
ISBN: 9789720043344
Editora: Porto Editora

Sinopse:
1986. Henry Lee, um americano de ascendência chinesa, junta-se a uma multidão que se encontra à porta do Hotel Panama, outrora o ponto de encontro da comunidade japonesa de Seattle. O hotel esteve entaipado durante décadas, mas a sua nova proprietária descobriu na cave poeirenta os pertences das famílias japonesas que, após o ataque a Pearl Harbor, foram enviadas para campos de internamento. Quando uma sombrinha de bambu é exibida, Henry recua quarenta anos e recorda Keiko, uma jovem de ascendência japonesa com quem criou um profundo laço de amizade e de amor inocente que ultrapassou os preconceitos ancestrais que opunham as duas comunidades. Quando Keiko e a sua família são enviados para um campo, apenas resta aos dois jovens esperar que a guerra termine para que as promessas que fizeram um ao outro se possam finalmente cumprir.
Passados quarenta anos, Henry, agora viúvo, ainda tenta encontrar uma explicação para o vazio que o acompanhou desde então; para a atitude distante de um pai que nunca entendeu; para a relação difícil com o filho; e, sobretudo, uma explicação para as suas próprias escolhas.

O Gosto Proibido do Gengibre é um romance extraordinário, que nos revela uma das épocas mais conflituosas da História dos Estados Unidos.

A minha opinião:
Tudo neste romance é terno, suave, delicado. Belo. Uma estreia absolutamente imperdível. Um autor de referência em futuros romances.

Uma parte da história (para mim menos conhecida) que não deve ser esquecida.  Discriminação étnica, raiva e cegueira contra cidadãos americanos de ascendência asiática em comunidades vizinhas mas em lados opostos na 2ª Guerra Mundial. Através da narrativa suave de Henry caminhamos a par e passo  ao passado e recordamos um outro ângulo da Guerra em que sentimos e interiorizamos uma lição. Que não é a cor da pele ou a aparência fisica que nos define mas o que fazemos e aquilo que as nossas ações dizem sobre nós.

Henry Lee recua 40 anos e recorda a amizade genuína e o seu primerio amor por Keiko. Um amor proibido. Um amor marcado pela dor e sofrimento do pai quando orfão emigrou para os EUA. Um amor afastado quando milhares de japoneses foram isolados em campos vedados e vigiados por homens armados. Um amor perseguido pela incompreensão humana em tempo de guerra.

"Henry estava a aprender que o tempo tende a criar distância, mais do que as montanhas e o fuso horário que os separavam. Uma distância real, aquela que nos faz sofrer e parar de pensar. São tantas as saudades que um sentimento tão grande começa a magoar."
                                                                                                                              (pag. 274)

A dificuldade comunicacional entre pais e filhos em que entram valores como a honra e a lealdade. A resistência humana quando a esperança é o alimento que os sustenta e tanto mais, que torna dificil saber como comentar este romance que tanto nos dá e muito nos acrescenta. Escrito com alma e coração.

Um grande, grande, grande prazer de ler.

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