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terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Livro do Amanhã

Autor: Cecelia Ahern
Edição: 2011
Páginas: 280
ISBN: 9789722346214
Editora:  Editorial Presença
Coleção: Champanhe e Morangos

Sinopse:
Tamara Goodwin tem dezasseis anos e vive confortavelmente numa mansão moderna com seis quartos, habituada a ter tudo o que quer quando quer. Mas, quando o pai morre deixando inúmeras dívidas, Tamara e a mãe não têm outra alternativa senão vender tudo e ir viver com parentes para um lugar distante e isolado junto ao castelo de Kilsaney. Para Tamara o choque parece inultrapassável, até que um dia uma biblioteca itinerante chega à vila trazendo consigo um misterioso livro encadernado a couro e fechado com um cadeado dourado… O que a jovem descobre entre as páginas está prestes a mudar toda a sua percepção do presente...

Imprensa:
«Um autêntico page-turner...cheio de originalidade e personagens coloridas. Mais um sucesso de Ahern.»
News of The World

«Esta história vertiginosa, uma inegável proeza de Ahern, deixa o leitor sob o efeito de um sortilégio.»
Publishers Weekly

«Num original gótico moderno, este apaixonante romance desenrola-se numa atmosfera de segredos familiares, intrigas e magia.»
Booklist

A minha opinião:
Por qualquer razão inexplicável, os livros de Cecelia Ahern atraem-me e acabo por os adquirir mas nunca tinha conseguido ler nenhum. Finalmente, decidi-me a ler "O livro do Amanhã" e fiquei rendida a este maravilhoso romance e a esta escritora. Agora, devo "devorar"todos os outros livros que dela foram publicados.

Concordo que as criticas da imprensa não são nada exageradas e efecttivamente é um autêntico page-turner, com uma narrativa suave, mágica e vertiginosa, pontuada por descrições em que visualizo o meio em que a acção se desenrola, bem como sentimentos e emoções dificilmente expressos por palavras.

Lindo...

Tamara Godwin de 16 anos, tinha tudo o que o dinheiro pode comprar. Era insolente, sarcástica e prepotente porque esperava tudo e pensava que merecia tudo só porque todas as pessoas que conhecia tinham essas coisas. Vivia no presente e nunca pensava no amanhã. Com o suícidio do pai e a consequente expropriação de tudo o que tinham, a vida de Tamara e da mãe mergulha no caos. A mãe fica perdida e alienada e recorrem à familia -o tio Arthur e a tia Rosaleen que as acolhem enquanto se restabelecem.

Desde o ínicio da estadia em casa dos tios, Tamara detectou muitas incongruências. Viva e perspicaz como era, foi seguindo as pistas e num dado dia surgiu uma situação misteriosa e inexplicável, que se torna intrincado para o leitor. Neste ponto, a trama de Tamara adensa-se, com emoções ao rubro que são transmitidas ao leitor que não consegue suspender a leitura, até ao desfecho.

Mais do que o conteúdo, é a forma como esta estória é contada. Apesar do apelo à fantasia e misticismo, a consciência critica e analista da personagem principal na sua relação consigo própria e com os outros, torna esta leitura um bom exercício reflectivo.

Como exemplo:

"Não tem nada que ver com religião, não tem nada que ver com a estabilidade mental, mas tem tudo que ver com o instinto natural do espirito humano, que é ter esperança mesmo quando ela já não existe, a menos que seja um completo cínico. Tem que ver com o amor, com perdermos alguém que amamos, com uma parte de nós que nos é arrancada e que faríamos quase tudo, ou acreditariamos em qualquer coisa, para que ela nos fosse devolvida. É a esperança de que um dia voltaremos a vê-lo, que ainda o sentimos próximo de nós. Uma esperança destas ... não nos transforma em pessoas fracas. É a descrença que nos torna fracos. A esperança torna-nos mais fortes, porque traz cosigo o sentido da razão. Não uma razão acerda do modo, ou do motivo pelo qual ela nos foi retirada, mas uma razão para vivermos. Porque é um talvez."

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O centenário que fugiu pela janela e desapareceu


Autor: Jonas Jonasson
Edição: 2011, Setembro
Páginas: 368
ISBN: 978-972-0-04301-6
Editora:  Porto Editora

Sinopse:
Um romance hilariante e um fenómeno internacional de vendas a ler sem qualquer moderação!
No dia em que Allan Karlsson celebra 100 anos, toda a cidade o aguarda para uma grande festa em sua honra.
Mas Allan tem outros planos: Morrer de velho? Sim, mas não ali!
Munido de um par de chinelos gastos, joelhos empenados e uma ousadia tremenda, Allan lança-se numa extraordinária aventura, arrastado numa torrente de equívocos e golpes de sorte.
E ao mesmo tempo que acompanhamos a sua última viagem (ou será que não?), conhecemos o seu passado, perdido entre guerras, explosões e mulheres fatais - qual delas a mais perigosa!
Uma estreia literária impressionante que conquistou centenas de milhares de fãs.

Imprensa:
Humor negro, história do século XX e protagonistas irónicos capazes do impossível: fazer-nos ansiar pela velhice! Uma receita absolutamente viciante. Luís Filipe Borges

Depois de nos fazerem tremer com os seus policiais, os suecos dedicam-se a fazer-nos rir. Le Figaro
Uma brilhante odisseia burlesca… Paris Match

É o Forrest Gump sueco, o velhinho gaiteiro protagonista de O Centenário que Fugiu pela Janela e Desapareceu, a hilariante estreia narrativa de Jonas Jonasson. Ansa

A grande gargalhada do ano. Hemmets Journal

Completamente louco, um relato hilariante… Aftonbladet

A Suécia revela um gosto renovado pela ironia, um humorismo paradoxal (…) muito diferente das atmosferas noir da literatura escandinava dos últimos anos. Ansa

A minha opinião:
Absolutamente viciante, imprevisivel e muito divertido. Uma grata surpresa.

Com um título destes e uma capa não muito cativante, é um livro que lamentavelmente pode facilmente passar despercebido. A saga de Allan Karlsson é incrivel pela reviravoltas e peripécias que vivencia com total despreocupação porque não se inquietava com as surpresas boas ou más da vida.
As coisas que tinham de acontecer aconteceriam de qualquer maneira. Não aceitava causa alguma segundo qualquer ideologia politica ou religiosa mas podia ajudar se lhe fosse conveniente. Allan não percebia as implicações politicas porque, regra geral, quando as pessoas se punham a falar de política, ele deixava de ouvir. Era um reflexo.

Intercala alternadamente o presente (Maio de 2005) com épocas passadas da história de vida de Allan. Muitas aventuras em que o humor singular e algo negro tem uma tónica dominante, com desfechos que são de ler, gozar e pedir por mais.

A prodigiosa imaginação de Jonas Jonasson tece sobre acontecimentos importantes do seculo XX e personagens históricas como "Franco", "Truman", "Estaline", "Mao-Tsé-Tung", "Churchill", "De Gaulle", (e muitas outras) recriadas em encontros com o centenário Allan nas suas viagens pelo mundo.

A apaixonante vida deste centenário que "em cem anos, só por duas vezes" falara de mais; quando explicara ao Ocidente como se fazia uma bomba atómica e, depois, quando fez a mesma coisa para os de Leste.
Afinal, nada dura eternamente, a não ser, talvez, a estupidez humana.

Mirabolante, fantasioso e irónico, recheado de aventuras como se lesse banda desenhada. Até a paquiderme Sonya me consquistou nesta odisseia que a levou a Bali, assim como todas as outras incriveis personagens que se cruzaram com Allan após a sua fuga aos festejos do seu aniversário.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Bingo!

Autor: Esther Tusquets
Edição: 2009, Outubro
Páginas: 136
ISBN: 9789724414478
Editora:  Minotauro (uma chancela Almedina)

Sinopse:
O protagonista, à beira de fazer sessenta anos, está casado com uma mulher por quem nunca esteve verdadeiramente apaixonado. Talvez por isso, a sua vida foi — e é — sossegada, repleta de prazeres contidos e equilibrados. Porém, há uns meses que deixou de desejar. De forma gradual e inexplicável, as viagens, a música — até as mulheres —, tudo aquilo que lhe dava mais prazer começou a ser-lhe indiferente.
Para ele, a velhice seria a exasperação de desejar e de não ter forças para o conseguir, não este prolongado vazio — o médico dá-lhe mais trinta anos de vida — sem gozo nem dor. Um dia, ao tentar escapar do sol e dos primeiros calores, e da azáfama da vida, entra num Bingo.
É aí que conhece Rosa, uma bela jogadora de Bingo, já madura na idade, junto de quem recupera a vitalidade. Rosa será o seu guia num novo mundo, que lhe dará uma segunda oportunidade.

A minha opinião:
Um pequeno grande livro.

Um livro reflexivo. Reflexão que "o homem" faz no seu sexagésimo aniversário sobre a sua vida e reflexão do leitor enquanto lê sobre como encaramos passado, presente e futuro.

Um livro pragmático também.

É sempre bom sermos agradavelmente surpreendidos e encontrarmos algo mais num livro. Inteligentemente equilibrado e com uma escrita realista que nos conduz numa leitura breve e absorvente.

Numa fase de desinteresse e apatia apesar do sucesso que granjeou, "o homem" entrou num espaço para fugir ao sol e procurar a solidão e repito-me, refectir no meio de estranhos, quando porém vai conseguir alguma partilha na companhia das peculiares personagens que jogam diáriamente o Bingo. E mais importante, apesar das muitas mulheres que povoaram a sua vida, e de Adele, a esposa adequada e conveniente, recorda a Ana que magoou e... volta a apaixonar-se.

Afinal, "o homem não aspira a uma existência tranquila, o homem continua a preferir viver intensamente do que a viver em paz. ...Prefere acrescentar vida aos anos que acrescentar anos à vida."